Megalitismo - Megalithism

 




Índice

Introdução

1 -  O Neolítico e a Cultura do Megalitismo

Tipologias dos Monumentos
Menires 
Recintos Megaliticos
Antas
Grutas

2  - Civilização e as Artes

Arquitetura e Habitats
Covinhas
Arte Rupestre do Guadiana
Placas de Xisto das Águas Frias  
Placa decorada da Comenda
Menires x Estelas 
Esteios transformados em Estelas


Bibliografia

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Introdução

    É urgente compreender que o Património não é um entrave para o desenvolvimento do Alentejo. O Património enquanto reflexo da Identidade Cultural milenar alentejana é um imenso recurso. É nossa obrigação preservar o passado porque nele reside a nossa força. O saber quem somos e como aqui chegámos é vital num mundo cada vez mais globalizado e individualizado. Somos fortes porque sabemos "a quem pertencemos". 
    São cada vez mais os turistas que nos visitam nos últimos anos. Estes querem conhecer a nossa região onde encontram uma autenticidade cada vez mais rara na Europa. Os próprios alentejanos, por vezes, não têm ideia da riqueza da sua Gastronomia, da qualidade dos seus Produtos Artesanais, da antiguidade das suas Tradições, da imensa variedade de "Patrimónios" que por aqui encontramos. O Megalitismo é precisamente um destes "Patrimónios". 
    O Objetivo deste Post é dar a conhecer o Megalitismo da nossa região. É preciso compreender o que é o Megalitismo, conhecer a tipologia dos monumentos e os sítios arqueológicos.
    Nos últimos anos temos observado um grande desenvolvimento da Agricultura intensiva. O Património e o Agricultura não podem ser concorrentes. Ambos são vectores de desenvolvimento e têm que andar de "mãos dadas".
    Na Figura 1 recordamos os trabalhos arqueológicos no "Alqueva", sob a direção do Professor Jorge de Oliveira, a quem tanto devemos.

Figura 1





1. O Neolítico e a Cultura da Megalitismo

    Apesar de muita coisa ter acontecido nos últimos dois mil anos de História a maior parte do nosso passado é Pré-História. Durante centenas de milhares de anos o Homem foi evoluindo até que no Neolítico mudou a sua relação com a Natureza. No período da "Nova Pedra", a pedra polida, surgem as primeiras cerâmicas, plantas e animais começam a ser domesticados, nascem os primeiros povoados e o..... Megalitismo. Na cultura das "Grandes Pedras" as comunidades humanas, agora sedentárias e em maior número, começam a construir monumentos em pedra. 
    O Neolítico tem inicio há 12000 anos no Médio Oriente. No Sul de Portugal encontramos monumentos com 7000 anos. A Península Ibérica pode mesmo ter sido o lugar de nascimento ou a porta de entrada do Megalitismo para o resto da Europa. Na Figura 2 vemos a imensa concentração de monumentos na nossa região. São milhares. Foram estes alentejanos que começaram a amanhar a terra no Neolítico. Moldaram a Natureza e construíram a paisagem que hoje conhecemos como Montado. O Alentejo é espetacular precisamente por ser uma paisagem humanizada desde há milhares de anos. Que o digam as oliveiras milenares. 
    O Megalitismo é um fenómeno global. Na Figura 3 observamos um grupo na Indonésia carregando um imenso megalito numa foto de 1915. Um esforço imenso que exige um grande número de indivíduos. Uma Rocha Sagrada que está hoje em frente da casa do chefe relacionando-se com cultos de fertilidade. Podemos então compreender que os rituais ligados às pedras são comuns a várias civilizações por esse Mundo fora. 


Figura 2


Figura 3




Tipologia dos Monumentos

Menires

    O Menir mais conhecido é aquele que o Obelix carrega às costas e lança com frequência para cima dos romanos. No entanto os Menires são muito mais antigos do que os irredutíveis gauleses. Os Menires estão por todo o lado, assumem muitas formas e ainda são alvo de culto na Índia e no ......Alentejo (Figura 4). Os Menires representam o inicio da domesticação da Natureza pelo Homem. Muda o paradigma religioso do Animismo para uma Religião que tenta organizar sociedades mais complexas. Vamos encontrar vários Menires (re)sacralizando Rochas Sagradas. Por vezes são mesmo confundidos com as Rochas Sagradas. Desenvolvemos o tema das Rochas Sagradas e "Covinhas" no seguinte LINK.   
     Em Castelo de Vide vamos encontrar o Menir da Meada (Figura 5 à direita) com 7000 anos. Segundo Jorge de Oliveira será o mais antigo da Península Ibérica. Este Menir é também o mais alto da Península Ibérica com um comprimento total de 7.5 metros e pesando à volta de 18 toneladas. Manuel Calado aponta a antiguidade dos Menires para a passagem do Mesolítico para o Neolítico Final. 
    Encontramos Menires talhados em vários tipos de rocha. Na nossa região vamos encontrar mais Menires em granito. O granito sendo uma rocha mais dura foi escolhida pelos construtores ou sendo mais dura sobreviveu até hoje com mais frequência.
    São várias as Funções atribuídas aos Menires que se podem complementar. Por vezes assumem uma forma fálica, que aliada à sua posição vertical, leva a pensar numa função fertilizadora do Homem, dos animais e da terra. Na Figura 6 apresentamos dois exemplo de Menires fálicos. O Menir do Pombais em Castelo de Vide e o Menir do Outeiro em Reguengos de Monsaraz. 
    Os Menires podiam também marcar fronteiras, territórios e caminhos em sociedades onde a propriedade da terra começa a ter mais importância. Segundo Jorge de Oliveira vamos encontrar Menires marcando fronteiras no Norte Alentejano (Figura 7 mapa do autor). Victor Gonçalves também encontra os Menires marcando os limites de terrenos mais férteis em Reguengos de Monsaraz.
    Segundo Manuel Calado (2004, p.240 e 241) os Menires representam:
"Os menires alentejanos, em particular, exprimem, de uma forma muito minimalista, mas eficaz, a anatomia do corpo humano: a extremidade distal arredondada, sugerindo a cabeça, o achatamento característico da maior parte deles, que permite, quase sempre, definir uma face e a própria altura dos menires, cuja variabilidade pouco se afasta, por excesso ou por defeito, da altura do corpo humano.... Convém salientar que, dentro deste esquema interpretativo, os menires, sendo antropomórficos, não se referiam necessariamente a indivíduos concretos, nomeadamente aos construtores dos monumentos, embora, de uma maneira ou outra, os representassem; é possível que, pelo contrário, aludissem a antepassados, personagens míticos, heróis fundadores ou divindades e, por extensão, como preferem outros autores, possam relacionar-se com a emergência de linhagens, num ambiente de forte coesão social, que monumentos desta ordem de grandeza parecem exigir.".
    Os Menires têm certamente uma função Mágico Religiosa pois vários apresentam Arte Rupestre muitas vezes na forma de "covinhas" (Figura 8). Apesar de muitos Menires apresentarem Arte Rupestre é nas Estelas-Menir que encontramos autênticas obras-primas. Estes Estelas-Menir são mais finas apresentando uma ou as duas faces decoradas. Muitas delas são claramente antropomórficas com decorações nesse sentido. Na Figura 9 apresentamos os Menires-Estela da Bulhoa, do Monte da Ribeira e do Barrocal.  Localizam-se todos no Concelho de Reguengos de Monsaraz. Na Figura 10 vemos as leituras das gravações nos desenhos de Varela Gomes e Victor Gonçalves. Na Figura 11 temos a decoração dos Menires da Bulhoa e Barrocal com luz rasante. 



Figura 4


Figura 5


Figura 6


Figura 7


Figura 8


Figura 9


Figura 10



Figura 11




Recintos Megalíticos

    Em Portugal encontramos vários conjuntos de Menires formando recintos chamados de Cromeleques.  Em muitos dos Cromeleques os Menires foram derrubados. Por vezes ainda se encontram os alvéolos que serviam de base à sustentação destes. Isto nem sempre acontece tornando difícil a leitura da sua Planta. Além disso os Cromeleques foram usados durante largos períodos de tempo. Foram sendo reconstruídos e novos Menires acrescentados. O que vemos num Cromeleque será o Monumento mais recente escondendo outros na sua construção. Um Sincretismo Arquitetônico comum às Antas. 
O Cromeleque mais conhecido será Stonehenge na Inglaterra com 4500 anos. Na Figura 12 observamos uma planta deste Monumento, a azul podemos observar a construção mais antiga e como o Monumento foi sendo reconstruído ao longo dos tempos. Perto de Stonehenge foi encontrado um Woodhenge constituído por vários círculos concêntricos de "Menires" de madeira. Este Monumento, contemporâneo de Stonehenge, tem paralelo nos Perdigões em Reguengos de Monsaraz (Figura 13, à direita adaptação de planta de Carlos Valera). Muito interessante. 
    Em Portugal encontramos vários Cromeleques estando o maior em Évora perto da Aldeia de Guadalupe (a água do lobo). No Cromeleque dos Almendres encontramos 95 Menires que ainda permitem compreender a Planta do Monumento (Figura 14, modelo do lado esquerdo de Global Digital Heritage)). O primeiro momento deste Monumento foi um conjunto de três círculos concêntricos construídos há 7500 anos. Na Figura 15 podemos observar as reconstruções elipsoides ao longo dos 3000 anos de uso. Este espetacular Monumento é o maior Cromeleque da Peninsula Ibérica. Infelizmente encontra-se em mau estado de conservação e o acesso é por uma estrada de terra batida. Que falta de visão. No Cromeleque dos Almendres encontramos Menires em granito, com várias formas, nunca ultrapassando os 3 metros de altura. Dez destes Menires são decorados (Figura 16, desenhos por Manuel Calado). Destacamos um deles que será um Altar com várias Covinhas formando um Ideograma Mágico Religioso (Figura 17). 
    Manuel Calado destaca a Planta em forma de Ferradura para os Cromeleques alentejanos (Figura 18, plantas por Manuel Calado). Deixamos as palavras do investigador: 
"...as plantas da maioria destes recintos, nos casos em que os respectivos estados de conservação o permitem avaliar, apresentam formas de hemiciclo ou ferradura, abertas genericamente a Nascente." (p.140)". 
    Em relação à decoração de alguns Menires o autor acrescenta: 
"É curioso o facto de o conjunto de pequenos menires (Xarez 2, nº 25), referenciados por Pires Gonçalves, a escassas centenas de metros do recinto do Xarez, terem gravados como temas únicos, embora com ligeiras variantes, o círculo e a ferradura." (p.149). 
    Na Figura 19 apresentamos algum Graffiti Histórico da Serra das Pedras perto de Monsaraz. Gravados no xisto encontramos vários Ideogramas Mágico Religiosos. Destacamos as Ferraduras que parecem ter sido (re)sacralizadas por uma Covinha e um Alquerque. Provavelmente o que aconteceu no Menir-Altar do Cromeleque dos Almendres. 
    Encontramos Cromeleques com Plantas diversas. O Cromeleque do Xarez em Reguengos de Monsaraz é um bom exemplo. Este recinto apresenta uma Planta quadrada podendo ser uma reconstrução errada do Monumento original (Figura 20). Neste Cromeleque encontramos 55 Menires com um Menir central de maiores dimensões decorado com Covinhas. O Menir central é comum a outros Recintos alentejanos. As covinhas são muito frequentes em Menires isolados e Recintos Megalíticos. Existe a probabilidade de estas terem sido gravadas nos Menires já tombados. Representando uma prática Mágico-Religiosa mais recente. O Recinto do Alto da Cruz, em Mora, também é único. Apresenta uma incomum Planta cruciforme que nos faz pensar na diversidade dos Recintos Megalíticos (Figura 21, Planta e Foto por Leonor Rocha).  Os  Alinhamentos de Menires são outra forma de Recinto Megalítico. Os Alinhamentos mais conhecidos ficam em Carnac na França. Aqui encontramos o impressionante número de 3000 menires alinhados em várias filas (Figura 22). Por cá temos o pequeno Alinhamento de cinco Menires no Monte de Tera em Mora. 
    Os Recintos Megalíticos teriam várias Funções tendo em conta a sua diversidade e larga diacronia. Aristóteles dá-nos descrição mais antiga da Função dos Menires na Ibéria: 
“diz Aristóteles (...) que iberos ou hispanos elevavam em volta do túmulo tantos monólitos como os inimigos mortos pelo indivíduo nele sepultado. É importantíssima esta passagem por ser a mais antiga referência aos menhires e cromeleques (IV século A. C.) e por indicar o motivo de ereção de alguns, pelo menos. Os grandes alinhamentos comemorariam grandes batalhas." Alves, 1934: 557-558 (Calado, 2004, p.49). 
    A relação entre Menires e Monumentos Funerários é clara. Vamos então para o campo Mágico-Religioso da morte e de um provável renascimento. Numa interpretação dos Menires enquanto falos podemos ver os Recintos Megalíticos como locais onde se realizavam cerimónias dedicadas à fertilidade. Numa leitura antropomórfica dos Menires estamremos perante o culto dos antepassados ou divindades. A função mais conhecida para os Recintos Megalíticos será a Astronómica. Estes permitiriam a leitura do nascimento do Sol e da Lua em diferentes alturas do ano. Gigantescos relógios de pedra. Todas as interpretações são válidas e não são concorrentes. Todos os Recintos Megalíticos  têm como função primária a coesão social. Os Recintos Megalíticos são Santuários que ao longo dos milénios foram usados para diversos rituais. Alguns dos Menires destes Recintos ainda são alvo de culto nos nossos dias.
    Na Figura 23 apresentamos o Cromeleque da Portela de Mogos,  em Évora, e o Cromeleque do Monte das Fontainhas, em Mora. Na Figura 24 temos um alinhamento de "pedras dragão" na Arménia e um Santuário de falos no Peru. Na Figura 25, não esquecendo os nossos vizinhos do Sul, apresentamos um Cromeleque em Marrocos. 



Figura 12


Figura 13


Figura 14



Figura 15


Figura 16


Figura 17


Figura 18


Figura 19

Figura 20

Figura 21

Figura 22

Figura 23

Figura 24

Figura 25






Antas  

    As Antas ou Dolmens são os Monumentos que melhor representam a Cultura do Megalitismo. Os Menires e Cromeleques foram usados durante um longo período apresentando leituras mais complicadas. As Antas com o seu espólio e arquiteturas permitem leituras mais concretas. Pelas mesmas razões as Antas sempre foram alvo de cobiça por saqueadores e Arqueólogos amadores. 
    As Antas são muito mais que Monumentos funerários. São autênticos Santuários com vários Monumentos associados e grande continuidade. Encontramos Antas isoladas, fazendo parte de Necrópoles, por vezes, em volta de Povoados ou Rochas Sagradas. 
    Infelizmente verificámos, no nosso levantamento de Reguengos de Monsaraz, que muitas Antas foram destruídas. Torna-se assim difícil compreender a quantidade de Monumentos e a sua dispersão no Neolítico. O que vemos hoje é uma fracção do que existia. Seguindo uma lógica puramente matemática podemos concluir que toda a gente era enterrada nas Antas. Tal era a quantidade de Monumentos que dificilmente se sepultavam apenas as Elites em Antas. Seguindo a mesma lógica percebemos que a concentração de Monumentos em determinados tipos de solo tem mais a ver com a Agricultura contemporânea do que com a Agricultura Neolítica.
    A imagem que nos surge quando falamos de uma Anta corresponde a parte do esqueleto do Monumento. Apenas a Câmara e, por vezes, parte do Corredor. Na Figura 26 observamos os elementos que constituem uma Anta: a Câmara, o Corredor e a enorme Mamoa. este último elemento cobria todo o monumento e era constituído por terra e pedras (Figura 27).
    Deixamos a descrição destes elementos por Victor Gonçalves (1999, p11 e12) :
"As Antas incluem, quase sempre associados: 
1.uma estrutura tumular, o "túmulos" ou "mamoa".
Usada na construção do monumento, como rampa para arraste dos ortostatos, é completa no sentido de recobrir totalmente o monumento, protegendo-o. Geralmente circular ou oval, é construída com terra e anéis de pedra, estes últimos destinados a evitar o escorregamento da terra e o descarnamento precoce do monumento. No Alentejo as dimensões variam muito, desde alguns metros até mais de 40. Não existem em Portugal "tumuli" pétreos como Knowth ou Newgrange (na Irlanda), Gravinis ou o Petit Mont d'Arzon (na Bretanha). Hoje, em Reguengos de Monsaraz, raros são os casos em que a estrutura tumular ainda persiste, normalmente destruída pelos trabalhos agrícolas ou desmantelada para o aproveitamento da terra argilosa em construções de taipa; (na Figura 28 deixamos o exemplo de dois monumentos, ainda com mamoa, em Reguengos de Monsaraz)
2. uma "Câmara", mais ou menos circular ou trapezoidal, dependendo a sua geometria definitiva da disposição dos seus componentes, as grandes pedras chamadas "ortóstatos ou esteios". Sobre a Câmara, é colocada horizontalmente uma grande pedra de fecho, designada "chapéu", sendo a única excepção conhecida a Anta de Vale Rodrigo, com uma cobertura de "falsa cúpula"; (na Figura 29 apresentamos dois exemplos de Câmaras em Reguengos de Monsaraz)
3. na maioria dos casos um "Corredor", sempre de menor altura que a Câmara, cujas dimensões variam em extremo. Em muitos casos, constituído por apenas um ou dois esteios de cada lado, chega a atingir os 16 m de comprimento no recém-escavado monumento de Olival da Pega 2 (Figura 30 uma adaptação da planta de Victor Gonçalves). O Corredor era normalmente coberto por "tampas" monolíticas e protegidas pela estrutura tumular. No Corredor, podemos ainda encontrar dois tipos de estruturas: um pequeno átrio, na entrada exterior, e uma pequena área de passagem para a Câmara, provavelmente tal como a anterior, provida de uma porta."
    Manuel Heleno no estudo das Arquitetura e Materiais encontrados em Monumentos apresentou a seguinte hipótese evolutiva (Cardoso, 2002, p.188):
"I- Antas de forma de caixa, irregulares, sem ou com pouca cerâmica, silices semilunares e trapezoidais irregulares.
II - Antas do mesmo tipo mais alongadas, estranguladas ou divididas e em dois compartimentos (coletivas). A par destas subsistem os tipos mais antigos ou pequenos. Daqui uma dupla evolução:
A) As grandes passam às de Câmara e Corredor. 
B) As pequenas, só com Câmara, que se alarga e sob a influencia das cabanas se arredonda, sucedendo o mesmo ao tipo que evoluciona para as de  Corredor e átrio redondo."
    O casal Leiner para os Monumentos de Reguengos de Monsaraz (Cardoso, 2002, p.190):
"Assim, na região de Reguengos de Monsaraz, com base nas dezenas de dólmenes explorados, chegaram à conclusão que as cistas ou os "pequenos dólmenes", de carácter individual e espólio primitivo (apenas micrólitos e machados picotados) representavam uma verdadeira cultura neolítica anterior à correspondente às "tholoi", Estas últimas seriam na região verdadeiramente intrusivas e tardias...."
    As primeiras Antas são sepulturas destinadas aos membros mais destacados da comunidade provavelmente Homens-Santos. Uma imensa continuidade que encontramos nos Morábitos do Islão ou nos Santos e Relíquias do Cristianismo. As Sociedades mudam do tipo "Bando" para o tipo "Tribo" ou mesmo "Chefado". Os grupos, agora sedentários, crescem e mudam os  modos de produção. Para que tudo funcione as tarefas são mais especificas levando a uma certa hierarquização. Estas Sociedade mais complexas encontram assim a necessidade de reforçar a coesão social. As primeiras Antas seriam então Monumentos sem corredor, de pequenas dimensões, destinadas a enterramentos individuais e sem hipótese de reutilização.  No Alentejo as Antas, como todos as conhecemos, surgem à 6500 anos e já no Neolítico Médio. São Antas abertas, com uma entrada, formadas por Câmara e um Corredor curto. Aumentam em tamanho e passam a ser sepulturas coletivas. Observamos uma manipulação das ossadas por razões de espaço ou para serem usadas como relíquias. Mil anos depois, no Neolítico Final, surgem grandes Antas de Câmara poligonal e Corredor longo. Nestes espetaculares Monumentos já vamos encontrar centenas de deposições. Um excelente exemplo será a Anta do Olival da Pega 1, em Reguengos de Monsaraz, com 200 deposições (Figura 31). A Anta do Zambujeiro, em Évora, impressiona pelo seu tamanho com esteios de 8 meros de altura (Figura 32).  Os Monumentos de "falsa cúpula" ou "Tholoi" surgem à 5000 anos (Figura 33). Surgem por vezes associados a Monumentos megalíticos anteriores, podem surgir isolados ou em grupo. Tem tipologias variadas sendo construções mais simples e económicas, exigindo menos mão de obra e tempo de trabalho, e são de reutilização mais fácil. Estes Monumentos podem corresponder já os primeiros metalurgistas do cobre e continuam a ser construídos ao longo do III milénio. 
    Na Figura 34 apresentamos alguns exemplos de Antas de Reguengos de Monsaraz. Na Figura 35 mais algumas Antas da nossa região em Évora, Elvas, Redondo e Alandroal.




Figura 26

Figura 27

Figura 28

Figura 29

Figura 30

Figura 31

Figura 32

Figura 33

Figura 34

Figura 35




Grutas 

    As Grutas naturais sempre foram usadas pelo Homem com fins diversos. No Neolítico vamos encontrar várias Necrópoles nas Grutas do calcário da Estremadura. Estas necrópoles são imensas levando à necessidade de criar ossários para arranjar espaço para as novas deposições. Precisamente o que vemos nos cemitérios contemporâneos. Nos rituais vamos encontrar o omnipresente ocre vermelho e as placas de xisto tão comuns nas Antas. Testemunho de uma Identidade Cultural comum, um "Megalitismo das Grutas" segundo Victor Gonçalves. Estes artefatos são também testemunho de redes comerciais milenares. No Alentejo encontramos a Gruta do Escoural em Montemor-o-Novo. Esta Gruta foi usada desde o homo sapiens neanderthalensis até ao Calcolítico. O Escoural é o único exemplo de deposições numa Gruta natural no Alentejo (Figura 36). 
    Não havendo Grutas naturais em número suficiente teve que passar à construção. Pode ter sido esta a razão da construção das Antas representando pequenas Grutas artificiais. As Grutas artificiais ou Hipogeus foram escavadas em rochas brandas como o calcário. Estes Monumentos são compostos por um corredor dando acesso a uma Câmara. Esta Câmara circular tem uma claraboia na parte superior que podia ser fechada com uma pedra.  A orientação do corredor está relacionada com o aproveitamento dos afloramentos rochosos. O Hipogeus apresentam uma cultura material do Neolítico Final. Na Figura 37 apresentamos um dos Hipogeus da Necrópole de Carenque em Almada. 
    Durante muito tempo os investigadores pensaram os Hipogeus só surgiam no litoral. Em 2006 surgiu a primeira Necrópole de Hipogeus alentejana na Sobreira de Cima (Vidigueira, Figura 38).  


Figura 36


Figura 37

Figura 38



2 - Civilização e Artes

Arquitetura e Habitats

    A Cultura do Megalitismo representa uma nova relação do Homem com a Natureza. Novos métodos de produção levam ao nascimento de novas relações sociais. Para enquadrar tudo isto a Religião ganha novas expressões artísticas. Compreendemos claramente como o Neolítico levou ao nascimento de uma Arquitetura a que podemos chamar de religiosa. Esta vai muito para além das Antas e Menires. O exemplo maior na nossa região será o Santuário dos Perdigões habitado durante 1400 anos (Figura 39). Um imenso recinto religioso, cercado por fossos, que incluía vários Monumentos religiosos como um Cromeleque  e um espetacular Woodhenge. Ainda na Figura 49 (fotografia aérea retirada do Site Perdigões) observamos o Santuário dos Perdigões, Fossos (1) e Cromeleque (2), e a sua relação com a Cidade de Reguengos de Monsaraz. Deixamos o LINK para o Site do sitio agora Monumento Nacional. Na Figura 40 deixamos o registo da visita do Secretário das Nações Unidas aos Perdigões. Uma visita que tivemos o prazer de organizar e desde já agradecemos ao António Valera a disponibilidade. 
    Outras Arquiteturas mais funcionais passam por vezes despercebidas por não serem monumentais. As Aldeias e Montes do Neolítico estão um pouco por todo o lado no Alentejo. Dos povoados encontramos fossos, por vezes muralhas, e muitas estruturas de combustão. Principalmente estruturas negativas que sobreviveram à Agricultura. Na Figura 41 apresentamos algumas bases de estruturas de combustão do Povoado das Águas Frias no Concelho de Alandroal. Na mesma Figura temos a reconstrução do povoado (retirado da Carta Arqueológica do Alandroal). Quando trabalhamos na Irlanda tivemos oportunidade de escavar uma cabana do Neolítico. Podemos descrever esta cabana como um retângulo picotado. Um picotado feito de dezenas de círculos nos sítios onde estavam os buracos dos postes que sustentavam a estrutura. Esta cabana do Neolítico pela sua forma, e estruturas associadas, sempre nos fez lembrar um Monte alentejano feito de madeira. Na Figura 42 temos o resultado final da escavação e uma réplica de uma cabana do Neolítico na Irlanda. Na Figura 43 vemos réplicas de cabanas no Centro Interpretativo do Cromeleque dos Almendres e na Herdade do Freixo do Meio (foto retirada de Sudoeste Portugal). 
    No nosso levantamento em Reguengos de Monsaraz encontramos uma grande proximidade entre os Monumentos e Montes. Encontramos também muitos muros de granito associados a afloramentos rochosos que podem ter sido a base da cabanas. Quão antigas não sabemos. Na Figura 44 encontramos uma das prováveis cabanas (1), associada a uma Anta (2), que se encontra exatamente no meio de um recinto murado. Ainda temos muito para compreender acerca do povoamento Neolítico do Alentejo.
    No Neolítico houve uma explosão no que toca à Arte. Não vamos desenvolver este tema porque é imenso. Vamos apenas destacar alguns aspectos e partilhar algumas descobertas. Na Figura 45 vemos alguma da Arte Esquemática da Serra dos Passos datada de há 6000 anos (Sanchez et al, 2016). Na Figura 46 observamos a Arte Esquemática do Abrigo do Ninho do Bufo no Concelho de Marvão (Oliveira e Torres, 2021). Os autores identificarem a representação de um parto. Um autêntico Santuário dedicado à fertilidade. Na Figura 47 (imagens retiradas da revista National Goegraphic) vemos a espetacular Anta de Antelas no Concelho de Oliveira de Frades. Um Monumento que tem a particularidade de ter vários motivos geométrico pintados e gravados, a preto e vermelho, no seu interior. Simplesmente espetacular. Provavelmente todos os Monumentos Megalíticos seriam decorados como as estátuas de mármore da antiguidade. Pigmentos que desapareceram com o tempo ou depositaram-se na base da câmara cobrindo ossadas e artefatos.


Figura 39

Figura 40

Figura 41

Figura 42

Figura 43

Figura 44

Figura 45

Figura 46

Figura 47




Covinhas

    As covinhas são a forma de Arte mais frequente na Pré-História do Alentejo. Muitas delas são funcionais com usos que chegaram até aos nossos dias. No entanto outras são uma forma de expressão mágico-religiosa que remonta à Pré-História. Na Figura 48 deixamos uma tabela com algumas funções das covinhas. Na Figura 49 encontramos as covinhas enquanto Ideogramas Mágico Religiosos. Podem encontrar o desenvolvimento do tema das covinhas e Rochas Sagradas no seguinte LINK.
    Na Figura 50 vemos a Aldeia de Motrinos em Reguengos de Monsaraz. Os pontos pretos em seu redor são afloramentos graníticos com covinhas. Muitos destes conjuntos formam padrões que podem ser Ideogramas Mágico Religiosos. A Aldeia de Motrinos fica num antigo caminho que corta a Serra. Nesta Aldeia encontramos também um grande número de Chaminés protegidas por Ideogramas. Uma Aldeia estratégica onde a Religião Popular ainda tem muita força. Ficamos com uma ideia que as covinhas surgem em maior quantidade em volta de povoados. Quase uma fronteira entre o mundo conhecido e o desconhecido. O mesmo acontece em volta da Vila de Monsaraz e em volta de alguns povoados Pré-Históricos da região. Entre as Aldeias de Motrinos e de S Pedro do Corval encontramos dois interessantes afloramentos graníticos associados (Figura 51). Num deles encontramos uma pia e noutro um autêntico altar repleto de covinhas. Em muitos casos as covinhas parecem formar altares como na Capela de Santa Margarida. Na Figura 52 observamos mais um altar agora num Esteio de uma das Antas da Herdade do Freixo no Concelho de Redondo. Este painel apresenta vários padrões que podem ser Ideogramas Mágico Religiosos. Quando tivermos vagar a ver se vamos lá desenhar este pequeno Santuário. Depois partilhamos convosco as Fórmulas Mágicas que surgirem gravadas no granito.
Na Figura 53 apresentamos um dos Menires do Cromeleque dos Almendres, o Menir do Corval e o Menir central do Cromeleque dos Perdigões (em baixo). Nos primeiros dois casos observamos como as covinhas foram gravadas no topo dos menires formando padrões. Provavelmente Ideogramas associados a rituais de fertilidade. Alguns destes Ideogramas são muitas vezes confundidos com tabuleiros de jogo. Desenvolvemos o tema no seguinte LINK.  No caso do Menir dos Perdigões as covinhas parecem ter sido gravadas já com o Menir tombado. Aqui encontramos vários padrões circulares com a covinha central mais aprofundada. 
    Na Figura 54 vemos o Menir que está no Castelo de Serpa, um painel gravado num afloramento granítico, muito perto da Aldeia dos Motrinos, e uma laje de xisto encontrada num dos monumentos funerários do Povoado dos Perdigões. Todos eles parecem formar padrões em forma de espiral. Recentemente foi descoberto um Santuário de Graffiti Histórico na cobertura do Santuário da Boa Nova (Terena - Alandroal). Entre as centenas de Ideogramas encontramos um bonito Labirinto (em baixo na Figura 54). Encontramos muitas semelhanças entre este e os padrões em espiral acima referidos. 
    Na Figura 55, de da direita para esquerda e de cima para baixo, vemos o painel do Monte da Mesquita, as covinhas da Anta Grande do Zambujeiro e pormenores da Arte Rupestre do Guadiana. Em todos eles encontramos um Ideograma Mágico Religioso em forma de cruz. Este Ideograma for (re) sacralizado pelo Cristianismo com o nome de "Cinco Chagas de Cristo". Encontra-se um pouco por todo inclusive na nossa bandeira nacional. Nas covinhas da Mesquita e do Zambujeiro o nosso Ideograma encontra-se associado a outro em forma de "L". Muito interessante. 


Figura 48

Figura 49

Figura 50

Figura 51

Figura 52

Figura 53

Figura 54

Figura 55




Arte Rupestre do Guadiana

    A Arte Rupestre do Guadiana, na nossa região, foi sacrificada ao Projeto Alqueva. Encontra-se completamente esquecida e provavelmente de forma intencional. Uma pena que tenhamos este tesouro com 5000 anos e não haja nenhuma divulgação. Num dos nossos Passeios Culturais Gratuitos demos a conhecer a Arte Rupestre do Guadiana. Um dos participantes acabou por localizar alguns painéis com interessantes serpentiformes, covinhas e outras figuras (Figuras 56 e 57). Quando chegámos a casa depois do passeio verificámos que estes painéis eram inéditos. Uma agradável surpresa. Deixamos o LINK para a noticia da descoberta do amigo Joaquin Larios Cuello. 


Figura 56

Figura 57




Placas de Xisto das Águas Frias  

    A Arte Rupestre Móvel é outro mundo gigante. Como o nome indica abrange uma série de artefatos, em pedra, cerâmica ou osso, que podiam ser transportados. Grande parte destes objetos tiveram um papel Mágico-Religioso surgindo com mais frequência em contextos funerários (Figura 58). Ídolos como representações de Deuses que protegiam os defuntos ou representações dos próprio defuntos. Amuletos que acompanhavam os mortos na viagem para o outro lado. Dentro destes Ídolos encontramos as Placas de Xisto (em cima na Figura 58). As Placas de Xisto apresentam uma forma trapezoidal, por vezes antropomórfica, são muito finas, apresentando um lados decorados sendo a decoração quase sempre geométrica. Começaram a ser produzidas há 5000 anos e são encontradas associadas às deposições nos Monumentos funerários megalíticos. São várias as interpretações para a sua função Mágico-Religiosa. Seriam provavelmente um Amuleto que acompanhava os mortos com uma função apotropaica. Os motivos que surgem na decoração das Placas de Xisto ainda estão vivos em África e também no nosso Alentejo. Surgem principalmente nas habitações, tapeçaria e cerâmica. 
    No Concelho de Alandroal encontramos o sítio das Águas Frias, um sítio único no Mundo (Figura 41). Nas Águas Frias encontramos todo o processo de produção de vários Ídolos com destaque para as Placas de Xisto. O povoado encontra-se encostado à Ribeira de Lucefécit muito perto da matéria prima necessária a construção dos Ídolos. Segundo Manuel Calado, que escavou o sitio, estamos perante uma Oficina-Escola de produção Placas de Xisto do Neolítico Final / Calcolítico. Outra hipótese é o sitio da Águas Frias representar um momento trágico levando à construção de vários amuletos que acabaram por não ser usados. 
    O sitio das Águas Frias vai sendo escavado lentamente pelos movimentos da água na albufeira de Alqueva. Os períodos de seca são mais frequentes e longos colocando o sitio à mercê das ovelhas. Centenas de animais espezinham o sitio todos os dias partindo e triturando artefatos milenares. Na superfície deste povoado encontramos artefatos que representam todo o processo de construção das Placas de Xisto. Na Figura 59 encontramos um bloco de xisto já com o esboço da forma rude. Na Figura 60 vemos já uma forma bem definida e evidências do trabalho realizado. Na Figura 61 vemos o fragmento bem polido. Na Figura 62 encontramos um fragmento decorado. Nas Águas Frias encontramos também o kit de ferramentas para a produção de Placas de Xisto e outros Ídolos como Báculos (Figura 63). Um sitio que merecia melhor sorte. 


Figura 58

Figura 59
Figura 60

Figura 61
Figura 62

Figura 63





Placa decorada da Comenda

    Na nossa relocalização dos Monumentos Megalíticos de Reguengos de Monsaraz assustámos muitas vacas. Numa das fugas um dos animais soltou um pedaço de xisto da terra meio enterrado por lavras antigas. Xisto em terras de granito é sempre motivo de curiosidade. Para nosso espanto verificámos que este fragmento de xisto estava repleto de figuras gravadas. Figuras de pássaros e gado rudemente riscadas no xisto. A proximidade do grupo de Antas da Comenda e a patine dos Grafitos faz-nos pensar que pode ser algo antigo. Uma pequena Estela de 50X15 cm provavelmente associada a umas das Antas (Figura 64).

Figura 64





Esteios transformados em Estelas

    Muitas Antas têm pequenos Menires ou Estelas associadas. Na Figura 65 vemos alguns Menires em granito junto de algumas das Antas. Estes nunca ultrapassam os 100 cm de altura e encontram-se sempre derrubados e movidos. Noutros casos encontramos Estelas em xisto que provavelmente foram associadas em períodos posteriores. O mais interessante é que alguns dos Esteios das Antas parecem ter sido readaptados como Estelas. Alguns deles assumem mesmo uma forma antropomórfica (Figura 66). Muito interessante. 


Figura 65


Figura 66




Estelas-Menir

    As Estelas-Menir são mais finas e apresentam-se profusamente decoradas.  Todos os Menires e Estelas-Menir, da nossa região, foram encontrados tombados e são sempre restaurados em posição vertical. Não nos parece que todos estivessem em posição vertical. Na Figura 67 vemos uma das Estelas que guardam e decoram o complexo funerário de Newgrange na República da Irlanda. Na Figura 68 apresentamos a nossa interpretação do Menir-Estela da Bulhoa e um paralelo na Arménia. Na Arménia os "Vishaps" (Pedras Dragão) estariam associadas a rituais ligados à água. Da mesma maneira se pede água na Rocha dos Namorados em S Pedro do Corval. A Estela-Menir da Bulhoa encontra-se num caminho milenar e muito perto da Ribeira da Pega. Interessante. 


Figura 67

Figura 68




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2 comentários:

  1. Excelente. Parabéns por tão educativo e elucidativo estudo. Bem hajam pela sua disponibilização pública.

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