Conjunto Patrimonial de S Rafael em Elvas - Heritage Red List





Um conjunto Patrimonial completamente abandonado no concelho de Elvas, passamos a descrever de acordo com o mapa da da figura 1, do lado esquerdo temos o Rio Guadiana e Espanha:

1 - Arte rupestre do Guadiana da qual destacamos as gravuras recentemente descobertas (Figuras 17 e 18). São centenas de painéis e gravuras ao longo de dezenas de km com datas até há 5000 anos. Estão nas margens do Rio Guadiana agora debaixo das águas da Barragem de Alqueva. Foi feito um levantamento pela equipa de Martinho Baptista e ficaram esquecidas desde então. 

2- Moinhos de Rodízio infelizmente destruídos quando da construção da Barragem de Alqueva. Ainda podemos observar as bases dos Moinhos e as pontes que lhes davam serventia. A falta de protecção e abandono  dos Moinhos  é uma falta de respeito para com Monumentos que foram tão importantes ao longo da História. Os moinhos sempre foram um local de trabalho, de convivio, de passagem , de negócio, de contrabando. Aqui se moía o grão, a azeitona e pisava os panos. Aqui se pescava e descansava quando se vinha entregar o grão. Por vezes existia uma barca para se passar para a outra margem. Muito perto, para Norte, na Ajuda temos vários Moinhos (Safra, Bagagem e Porto da Venda) onde existia a tal barca e uma Venda, um mercado (Figuras 11 a 15).

3 e 4 - Antas de S Rafael, monumentos funerários com mais de 5000 anos. Nesta região temos o centro do Megalitismo Europeu, com centenas de Antas, Cromeleques e Menires. Um autêntico tesouro do Alentejo que infelizmente ainda é um segredo. A destruição das Antas é um problema ignorado pelas autoridades competentes (Figuras 7 a 10). 

5 e 6- Ermida e Necrópole de S Rafael (Figuras 2 a 6 ). Completamente em ruínas e totalmente saqueadas. Deixo a descrição de Maria Almeida (2000) no seu artigo sobre  a ocupação rural romana do atual do Concelho de Elvas:
"Trabalhos levados a cabo na década de 50 referem a existência no outeiro da Capela de S. Rafael, assim como em cabeços próximos, de “vestígios de edificações com abundância de fragmentos de tégula”. Identifica-se um cemitério de inumação, de cronologia presumidamente romana, com cerca de 20 sepulturas de orientação N/S ou E/W, de planta trapezoidal formadas por lajes. Neste local foi recolhida uma “ara anepígrafa, ornada com uma rosácea circundada por duas palmas” (Deus, Louro e Viana 1955). Situado na área de regolfo da barragem do Alqueva, foi alvo de ações de prospeção no âmbito do respetivo EIA. É classificado como “Habitat Romano”, referindo-se uma área reduzida com vestígios de cerâmica de construção."




Figura 1

Figura 2

Figura 3

Figura 4

Figura 5 e 6

Figura 7

Figura 8 e 9

Figura 10

Figura 11

Figura 12

Figura 13

Figura 14 e 15

Figura 16

Figura 17

Figura 18


3 comentários:

  1. TRISTEZA! É O MEU PENSAMENTO, TENHO CORRIDO VÁRIAS ÁRIAS DO NOSSO PAÍS E REALMENTE É DEGRADANTE O QUE SE NOS DEPARA EM QUALQUER PASSEIO. SERIA BOM QUE TUDO VOLTASSE A SER COMO ERA DANTES, SERIA UM FELICIDADE COMPLETA. QUEM NÃO TEM AMOR AO PATRIMÓNIO ; SEJA O ESTADO OU UM PARTICULAR NÃO SE PODE DIZER QUE AMA O SEU PAÍS. PARABÉNS PELA INICIATIVA, NUNCA É DEMAIS FAZER LEMBRAR ESTES FARRAPOS DE UMA BELEZA DE HÁ MUITO ESQUECIDOS ÀS CABEÇAS PENSANTES DESTE PAÍS.

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  2. Gostava de saber como se chega a este local. Estou desde há anos a fazer uma recolha fotográfica deste tema ''Memória do Alentejo'' e gostava de incluir estes monumentos.
    Obrigado

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