Relocalização dos Monumentos Megaliticos do Concelho de Reguengos de Monsaraz - Megalithism

 



Seguindo as coordenadas da Direção Regional de Cultura do Alentejo relocalizamos os Monumentos Megalíticos do Concelho de Reguengos de Monsaraz. Visitamos os monumentos verificando se ainda existem, se as coordenadas estão corretas, qual o estado dos Monumentos e se é possível a visita. Um trabalho que implica a invasão de propriedade privada, a negociação do espaço com as vacas e várias técnicas de mergulho em vegetação cerrada. Uma aventura.
    Infelizmente não temos boas noticias. Vários Monumentos foram sacrificados ao Projeto Alqueva e muitos outros à Agricultura nos últimos 70 anos. Os Monumentos sobreviventes encontram-se em muito mau estado. 
Apresentamos alguns comentários no que toca às Antas:
- Apresentam vários Esteios fraturados ou movidos 
- Por vezes foram parcialmente soterradas por rochas. 
- É frequente encontramos trabalhos agrícolas que invadiram o espaço da Mamoa e do Corredor. 
- Apenas um Monumento ainda apresenta o Chapéu da Câmara in situ. 
- Grande parte dos Monumentos estão cobertos de vegetação que lentamente empurra os Esteios. Por outro lado alguns Monumentos só sobreviveram porque têm uma árvore encostada à Câmara ou mesmo dentro dela. 
- Alguns dos Monumentos foram alvo de escavação arqueológica. Destes alguns apresentam uma vedação do espaço que deixa as máquinas ao largo mas não protege das vacas.
- Apenas a Anta 2 do Olival da Pega está musealizada. 
- Encontrámos uma Anta inédita (Figura 1) a 50 metros da estrada numa limpeza de um olival. 
    Em relação aos Menires e Cromeleques:
- Todos foram derrubados e vários fraturados. Só a Rocha dos Namorados, uma Rocha Sagrada e afloramento natural, sobreviveu nos eu lugar original.
- O Cromeleque da Capela desapareceu.
- Os Cromeleques do Monte da Ribeira e Farisoa tiveram os seus Menires movidos e reagrupados, felizmente ainda lá estão.
- O Cromeleque do Xarez foi movido com o Projeto Alqueva e, infelizmente,  remontado com a sua exótica forma quadrangular. Este Monumento está musealizado.
- O sobrevivente Cromeleque dos Perdigões está muito destruído e o Menir central foi movido.
- Todos os Menires foram derrubados.
- Os Menires das Vidigueiras e Monte da Ribeira foram movidos.
- Felizmente três Menires estão musealizados: Barrocal, Bulhoa e Outeiro.
- Não conseguimos relocalizar mais Menires do que os acima mencionados.
- Na nossa relocalização encontrámos vários Menires inéditos sendo o mais interessante o da Capelinha (Figura 2).
    Passamos a apresentar alguns números:
- A primeira lista da DRCA apresenta 171 Monumentos. 
- Um dos Monumentos está repetido.
- Vários Monumentos apresentam coordenadas erradas, fomos encontrar uma Anta a 500 da suposta localização.
- Na nossa relocalização ficaram 4 Monumentos por visitar por serem muito distantes ou se encontrarem em propriedade privada de difícil visita. Depois vemos deles.
Na Figura 3 apresentamos uma lista de 57 Monumentos:
- 5 Cromeleques e Menires que foram desmobilizados.
- 52 Monumentos que não conseguimos relocalizar 
- 34 deles não são localizados desde os Leisner ou apresentam interface de destruição (a sombreado no mapa). 
- 12 estão referenciados no Inventário da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz (ICMRM) de 2014. Pensamos que esta referência de 2014 seja mais um Copy e Paste sem ir ao terreno. 
- Nos restantes 6 casos podemos ter falhado na relocalização ou os Monumentos encontrarem-se muito longe da localização fornecida pela DRCA.
Resumindo:
- 11 Monumentos foram sacrificados ao Projeto Alqueva ou seja 6.4% do total.
- 5 Monumentos foram movidos do seu lugar original ou seja 2.9% do total.
- 52 Monumentos não conseguimos relocalizar, com grande probabilidade de já não existirem, ou seja 30.6% do total.
- 39.9% dos Monumentos do Concelho de Reguengos de Monsaraz já não existem, foram movidos ou estão debaixo de água. 90% dos Monumentos sobreviventes encontram-se em muito mau estado. 
    Uma autêntica catástrofe como podem observar no mapa da Figura 4 (Legenda na Figura 5). Muito pior do que alguma vez tínhamos imaginado. Na Figura 6 vemos os desenhos de algumas antas pelos Leisner e aquelas que já não existem.
    No seguinte LINK podem aceder ao artigo de Leonor Rocha (2022) sobre "Megalitismo, destruições e classificações: perspectivas e problemáticas sobre o estado da questão no Alentejo". 
    Obrigado à plataforma digital Sudoeste Portugal pela divulgação no seguinte LINK.
    No Link abaixo podem visitar um Álbum na nossa página do Facebook com o registo fotográfico dos Monumentos. Podem assim compreender o estado do Megalitismo no Concelho de Reguengos de Monsaraz.



Figura 1


Figura 2

Figura 3

Figura 4

Figura 5


Figura 6


Politicas e o Megalítismo

    A Agricultura e o Património não têm que ser concorrentes. Ambos são recursos do Alentejo e ambos representam a Identidade de Cultural da nossa região. É importante compreender que a Cultura do Megalitismo nasceu no Neolítico. O Período em que o Homem começou a domesticar a terra e os animais. Portanto o Megalitismo nasce com a Agricultura.
    Existem regiões da Ibéria que se orgulham da sua antiguidade cultural e damos como exemplo o Pais Basco. Não será o Alentejo igualmente antigo? Há 6000 anos que os alentejanos andam amanhando e domesticando a Natureza. Construindo uma paisagem humanizada a que hoje chamamos de Montado. 
    Relocalizamos os Monumentos Megalíticos do Concelho de Reguengos de Monsaraz. Um trabalho que implica invadir muitas propriedades privadas. Por vezes somos mesmo apanhados em flagrante pelos proprietários das terras. Nenhum deles vê nas Antas um problema. Demonstram mesmo alguma curiosidade em conhecer melhor os Monumentos. Parece-nos que o maior problema será falta de informação. Afinal as ossadas que encontramos nas antas são dos nossos antepassados há 300 gerações atrás.    
    O processo de construção do reservatório da Barragem de Alqueva obrigou a centenas de escavações arqueológicas. Dezenas de sítios de interesse patrimonial foram sacrificados pelo projeto,  dez Monumentos de Megalitismo estão debaixo de água, parte da Arte Rupestre do Guadiana, um Forte Romano..... Centenas de milhares de artefatos foram descobertos sendo alguns únicos. Fez-se aquilo que legalmente era requerido e por vezes a correr como aconteceu no desgraçado sítio das Água Frias. Onde está o conhecimento sobre a região que toda esta informação permitiu? Onde está o retorno para as populações locais? Onde está o Museu do Alqueva que a região merece? Na Figura 7 (foto da direita de Victor Gonçalves) Observamos a Anta do Piornal, à distância, surgindo das águas em ano de seca.
    A Barragem de Alqueva é uma excelente reserva de água e quanto a isso não existem dúvidas. Vivemos na Aldeia da Venda que fica a 10 Km, em linha reta, do reservatório. No entanto a água, no Verão ou em períodos de seca, só não acaba porque os Bombeiros nos abastecem. A realidade é que água do Alqueva tem como fim a Agricultura Intensiva. 
    Não é o propósito deste Post discutir a Agricultura Intensiva. Mas é importante compreender que a Paisagem alentejana está a mudar. Não podemos no espaço de umas décadas ter um Alentejo coberto por culturas intensivas de uma ponta a outra.  Não podemos substituir o Alentejo que conhecemos por um igual a tantas regiões agrícolas por esse mundo fora. Na Figuras 8 observamos a destruição das barrocas na nossa região. Os afloramentos granitos, antiga lava, são partidos e enterrados, a vegetação que cresce entre eles queimada. Na Figura 9 vemos o antes e o depois. Outro exemplo, mais antigo, é a Serra d'Ossa que foi quase toda ripada para a plantação de Eucaliptos. Na Figura 10 vemos o antes e depois com 10 milhões de eucaliptos secando a Serra. Deixamos também a Figura 11 com as máquinas usadas.
    Olhemos apenas para a parte económica. Temos hoje um Turismo sustentável a crescer exponencialmente no Alentejo. Um Turismo que traz muito mais rendimentos para o Estado e para os habitantes locais que a Agricultura Intensiva. Nascem mil e um negócios ligados ao Turismo nas áreas os alojamento, atividades, produtos locais, artesanato, transporte, marketing. imobiliário, construção.....Uma avalanche de oportunidades para quem quiser investir e trabalhar. Tudo isto fixa os jovens que constituem família salvando o Alentejo de uma desertificação galopante. 
    A base do Alentejo é o "a quem pertences"... a família. Quem vive no Alentejo e tem um pedaço de terra, ou uma árvore, sabe que está apenas a guardar este património para a geração seguinte. Os nossos antepassados suaram muito para construir o que vemos hoje. Não podemos destruir tudo numa geração. Temos que lutar pela nossa herança. Temos que ter orgulho na nossa Identidade Cultural feita de uma espetacular Paisagem Humanizada mais de 6000 anos.  
    Muitas das politicas para o Alentejo são, infelizmente, idealizadas em Lisboa. Políticos que não conhecem a realidade do Alentejo e veem o interior como o seu logradouro. Os alentejanos têm que começar a exigir contrapartidas para a região. As empresas que exploram a Agricultura Intensiva têm dar contrapartidas às populações locais. 
    É urgente incluir nos currículos escolares uma disciplina sobre Património. Uma disciplina prática que levo os miúdos ao Património. Que os ponha a visitar sítios arqueológicos, monumentos, aldeias, rebanhos.....
    É urgente que os trabalhadores rurais tenham Formação na área do Património. Porque muito do que é destruído é por ignorância. Esta Formação devia de ser obrigatória para todos os projetos com fundos comunitários. Uma formação vital para os manobradores das máquinas. Os novos e gigantescos projetos agrícolas deviam que ter acompanhamento arqueológico. 
    Observemos o Megalitismo no que se refere às Antas. Mesmo quando os manobradores são avisados que aquelas pedras são uma Anta não compreendem a dimensão do Monumento. Na maior parte das Antas já só vemos a Câmara do Monumento (Figura 12). As Antas eram monumentos enormes apresentando, por vezes, outros Monumentos  anexados ou associados  Na Figura 13 vemos um Monumento "aparadinho" pela máquina sobrando, pouco mais, que os Esteios da Câmara. Na Figura 14 observamos outro Monumento que foi "lavrado" e numa área de cerca 20 m em redor está tudo pejado de artefatos. 
    As Câmaras têm que ter técnicos com formação na área do Património. Gente que conheça o Concelho onde vive, que realize formações/apresentações, que visite as escolas, que fale com os proprietários das terras com sítios arqueológicos e outros de interesse patrimonial, gente que se mexa. Muitos dos moinhos e ermidas rurais nem se sabe quem é o dono. 
    Existem vários subsídios para quem tem explora um olival, para quem têm ovelhas, porque não um subsidio para quem tem sítios arqueológicos e sítios de interesse patrimonial nas suas terras. Um subsidio que permitisse a limpeza, proteção e até o acesso a Antas e menires. Um subsidio para quem quiser amanhar um Moinho ou uma Ermida Rural. Garanto que estes investimentos têm vários retornos. Fazemos dos agricultores parceiros na preservação do Património. Não pode ser só castigar.
    Na nossa relocalização dos Monumentos Megalíticos ficámos com uma ideia mais clara do território e da dispersão dos Monumentos. Apresentamos dois mapas em que podemos observar dois momentos de avanço de uma Agricultura mais intensiva e mecanizada. Passamos a chamar a estes momentos Pré e Pós-Leisner. Georg e Vera Leisner dedicaram grande parte da sua vida ao estudo do Megalitismo da Península Ibérica. Estes dois investigadores germânicos forma pioneiros e realizaram um trabalho fenomenal entre as décadas de 30 e 50 do século XX. 
    Na Figura 15 apresentamos um mapa, num momento mais antigo, a que podemos chamar de Pré-Leisner. Na parte de Baixo do mapa, a Norte, temos a Serra e a Ribeira de Pega onde os Leisner já não encontraram Monumentos. Esta zona corresponde ao aproveitamento da Ribeira e é aqui que encontramos vários povoados recentes (estrelas). As sobrevivências Megalíticas resumem-se a Menires tombados e um esteio da Anta da Bulhoa (circulos amarelos). É muito interessante como os Menires da Bulhoa e do Outeiro de encontram precisamente entre aldeias (à esquerda no mapa). Podem ter sobrevivido como divisões ou, mais provavelmente, como Rochas Sagradas associadas à fertilidade. Continuando para a direita encontramos o Menir de Santa Margarida. Este será provavelmente mais uma Rocha Sagrada com covinhas e não um Menir. Por fim temos, do lado direito, o Menir do Corval que apresenta covinhas no topo e foi reutilizado para proteger uma esquina. Ainda no mesmo mapa observamos a linha amarela que representa o avanço da Agricultura para Sul. Os pontos a vermelho representam Monumentos destruídos. Como podemos observar a destruição coincide o avanço de uma agricultura mais intensiva. Uma autêntica frente de batalha criando um interface de destruição paisagístico. 
    Na Figura 16 Mapa temos o avanço da Agricultura mais intensiva Pós-Leisner. Um avanço a partir da Ribeira do Álamo e do Rio Guadiana/Alqueva. Os pontos a vermelho são Antas que ainda foram registadas pelos Leisner. 75% destes Monumentos foram destruidos. Sobreviveram 3 Antas, uma delas num limite de propriedade, outra com uma azinheira em cima e a terceira coberta de pedregulhos e também com uma árvore em cima. Na Figura 17 vemos o interface de destruição de um dos Monumentos que fica dentro da área de destruição. Fomos encontrar alguns dos esteios desta última Anta num moitão de pedregulhos a uns 100 metros do interface de destruição. Na Figura 18 temos um dos Monumentos sobreviventes com uma árvore em cima e soterrado por blocos de granito.
    Chegamos à conclusão que existiam milhares de Monumento megalíticos na nossa região que foram destruídos. O que vemos hoje é uma pálida amostra da Cultura do megalitismo. Da maior parte das Antas temos hoje apenas o esqueleto da Câmara. Antas que lentamente vão sendo desmanteladas, partidas, enterradas e usadas noutras construções. Na Figura 19  vemos marcas de corte na Anta 2 do Olival da Pega. Na Figura 20 apresentamos alguns das dezenas de esteios que encontramos por esses campos fora. 
    Toda a gente era enterrada nas Antas e não apenas as elites. As Antas estavam por todo o lado em números que ultrapassam a nossa imaginação. Em terras de xisto a destruição ainda foi maior, sobreviveram muito menos Monumentos. Provavelmente porque o xisto é uma rocha mais fraca. 
    Os nossos filhos vão conhecer o Megalitismo como algo estranho à sua Identidade Cultural em vez de ficarem mais fortes sabendo que os seus antepassados trabalham a terra há 6000 anos. 


Figura 7

Figura 8

Figura 9

Figura 10

Figura 11

Figura 12

Figura 13

Figura 14

Figura 15

Figura 16

Figura 17

Figura 18

Figura 19

Figura 20





Bibliografia

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